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50% dos pacientes têm sintomas antes da hora

Mulheres têm menos dor no peito e mais falta de ar. Já os homens sentem dor ou desconforto na região do peito

Fernanda Coutinho

Metade dos pacientes que sofrem parada cardíaca fora do hospital apresentam pelo menos um sintoma nas horas ou dias anteriores, mostra um novo estudo americano publicado no The Lancet, feito pelo Cedars-Sinai Health System, em Los Angeles (EUA).

O cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Espírito Santo, José Airton de Arruda, observa que os sintomas podem se manifestar de maneira diferente em homens e mulheres.

“As mulheres têm menos dor no peito e mais falta de ar. Elas têm com mais frequência um desconforto no estômago, que confunde com uma gastrite. O homem sente uma dor ou um desconforto na região do peito, que normalmente se irradia para os braços”, afirma.

A médica cardiologista Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich observa que, muitas vezes, a mulher tem os seus sintomas confundidos com ansiedade.

Segundo ela, a pessoa pode não apresentar sintomas da alteração cardíaca, não sendo feito o diagnóstico, sendo que o primeiro sintoma já pode ser a morte súbita.

“A morte súbita é mais comum em idosos portadores de comorbidades como hipertensão e diabetes. Nessa faixa etária a causa mais comum de morte súbita é a doença cardiovascular, aquela relacionada à obstrução dos vasos por placas de gordura”, afirma.

Entre os jovens, a causa mais comum é miocardiopatia hipertrófica, uma doença em que o músculo cardíaco fica mais espesso, ou causas genéticas, diz a médica.

O cardiologista clínico Pietro Dall’Orto Lima explica que a morte súbita cardíaca é considerada quando tem algum sintoma até uma hora antes da parada cardíaca. “Porém, algumas causas de morte súbita podem se manifestar de modo inespecífico algum tempo antes, ou até mesmo sem sintoma”.

Pietro destaca que a incidência cresce com o avançar da idade, quando predominam os maiores fatores de risco: hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, doença arterial coronariana, entre outras.

José Airton de Arruda destaca que a consulta com especialista uma vez ao ano é fundamental.

Cidades

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2023-12-01T08:00:00.0000000Z

2023-12-01T08:00:00.0000000Z

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