A Tribuna Digital

Sem lanche por causa de jogo

Viciado em jogos on-line, um estudante de 14 anos deixava de lanchar na escola para comprar games com a mesada que recebia dos pais. A paixão pelos jogos, segundo conta a mãe, uma empresária de 46 anos, se intensificou na pandemia.

Com queda no rendimento escolar, agora o desafio é ser aprovado ao final do ano, já que ele ficou em recuperação em três disciplinas. “O meu filho estuda na rede privada e estou pagando aula particular para ver se ele consegue passar de ano”.

Ela revela ainda que se deixar, o filho fica jogando dia e noite. “A gente dava dinheiro de mesada, não muito, porque ele gasta mesmo. Por semana, entre R$ 10 a R$ 30. Mas ele também ganhava dinheiro da avó. Tudo ia para o jogo sem que a gente soubesse. Achávamos que os jogos eram gratuitos”.

Para facilitar a vida do filho, os pais decidiram fazer um cartão de crédito. “Como ele é menor de idade, fizemos no meu nome, com meu CPF. Achava que ele usaria o valor, cerca de R$ 600 de limite, para comprar lanche na escola, mas infelizmente ele deixa de comer para comprar jogos”.

Ela ficou surpresa quando o filho pediu R$ 600 para jogar. “Primeiro, ele investiu R$ 50 e ganhou R$ 150. Depois, investiu e foi ganhando. Foi quando ele, todo empolgado, me pediu R$ 600 para ganhar R$ 2 mil. Claro que eu não dei. Falei que ele nunca ganharia esse valor”.

A mãe descobriu ainda que tinha que pagar uma dívida do cartão de crédito de cerca de R$ 1 mil, com juros, gastos com jogos. “Eu fico tão irritada, dá vontade de esganar, mas decidi parar a minha vida profissional para ajudá-lo. Sei que não sou a única. Tenho um amigo que teve que pagar R$ 10 mil em dívida de jogos do filho, que tem 6 anos. Essa é uma grande missão para os pais”.

Reportagem Especial

pt-br

2023-12-01T08:00:00.0000000Z

2023-12-01T08:00:00.0000000Z

https://atribuna.tribunaonline.com.br/article/281595245293890

Jornal A Tribuna Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A